"Precisamos torcer para que a crise americana seja a menor possível", afirmou Lula. "Se isso tivesse sido feito antes, a crise teria sido muito menor."
O presidente disse ainda que, apesar da decisão americana de criar o pacote de US$ 700 bilhões para assumir as chamadas dívidas podres de instituições financeiras dos Estados Unidos, "ainda é cedo para dizer que a crise econômica arrefeceu".
Os comentários do presidente foram feitos pela manhã, pouco após a sua participação em um evento da Embratur sobre turismo no Brasil.
O presidente está em Nova York por ocasião da Assembléia Geral da ONU. Lula vai realizar o discurso de abertura da reunião nesta terça-feira.
A crise e o Brasil
O presidente também expressou confiança de que as turbulências no sistema financeiro não deverão atingir o Brasil em cheio.
"No caso do Brasil, nós temos menos problema porque temos uma diversficação das nossas exportações e importações", disse Lula. "Hoje, nós temos uma diversificação muito grande."
Entretanto, o presidente acrescentou que "há sinais de que há pouco crédito no mundo" porque "não há segurança, ninguém quer liberar o seu dinheiro".
Lula confirmou que o caos econômico será um dos tópicos de seu pronunciamento na abertura da Assembléia da ONU, mas disse que vai evitar o tom alarmista.
O presidente disse que pretende falar "um pouco sobre a crise, sem criar crise". "Obviamente, eu não poderia vir à sede da ONU sem falar um pouco da situação mundial", afirmou.
"A situação não é tranqüila. Precisamos alertar os agentes mundiais sobre a crise", acrescentou, e em seguida emendou: "A gente tem que tomar alguma medida já."
Para Lula, é necessário que os bancos centrais de diferentes países comecem a adotar ações a fim de "controlar e regular o sistema financeiro mundial" e evitar que "a especulação e a jogatina sejam as prioridades de determinadores setores do sistema financeiro mundial".
Palpites
A crise das finanças globais será o tema de uma reunião que Lula terá na quarta-feira, na sede da ONU, com a participação dos chefes de Estado de China, Índia, Grã-Bretanha, Espanha e Índia, entre outros.
Como já fez em outras ocasiões, o brasileiro voltou a criticar a suposta falta de ação dos países ricos e de grandes instituições diante da grave situação econômica."Eu já cobrei do G8, cobrei do FMI, cobrei do Banco Mundial que tava na hora de eles se manifestarem", afirmou. "Porque quando é um país pequeno que tem uma crise, todos eles dão palpite."
"Quando é a maior economia do mundo que entra em colapso, a gente não vê nenhum palpite deles", completou.
Fonte: BBC Brasil
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