sábado, 30 de maio de 2009

Base de Alcântara lança com sucesso foguete Orion

O Brasil lançou nesta sexta-feira um foguete de treinamento no Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão, após uma lacuna de quase dois anos. A missão, chamada de Maracati I, é uma parceira entre o Brasil e a Alemanha para teste operacional.

"O objetivo é fazer treinamento do Centro de Lançamento de Alcântara", disse à Reuters o coordenador do lançamento, coronel João Cesarino Siqueira.

O lançamento ocorreu às 16h25 e, de acordo com o CLA, foi um "sucesso total".

O foguete Orion, de 5,7 metros, pode atingir velocidade de 4.700 quilômetros por hora, quatro vezes a velocidade do som.

Nesta missão, o foguete foi equipado com instrumentos de rastreamento de voo e caiu em alto mar, a cerca de 80 quilômetros da costa, após atingir uma altura de 93 quilômetros.

O último lançamento realizado em Alcântara foi em julho de 2007. A missão com um Veículo de Sondagem ao Espaço (VSB-30) foi considerada um sucesso pela Agência Espacial Brasileira, mas parte dos experimentos não pode ser recuperada.

Para 2009, estão previstos mais três lançamentos no CLA, em julho, setembro e novembro, mas somente em um deles o VSB-30 deverá decolar com novos experimentos.

O programa espacial brasileiro foi criado em 1961 mas até agora foi incapaz de lançar um foguete que levasse um satélite ao espaço.

Em agosto de 2003, uma explosão destruiu o Veículo Lançador de Satélite (VLS) três dias antes de seu lançamento, matando 21 pessoas. O acidente foi causado pela ignição prematura de um dos motores do foguete que deveria colocar dois satélites em órbita.

O próximo lançamento do VLS está programado para 2010.

Antes da explosão, o Brasil havia tentado lançar um foguete próprio em 1997 e 1999. Em ambas as vezes, os foguetes foram destruídos pouco após o lançamento por problemas técnicos.

Com o lançamento de um foguete próprio, o Brasil se tornaria o primeiro país com tecnologia espacial da América Latina.

O Centro de Lançamento de Alcântara é a base mais próxima da linha do Equador já construída, o que permite aos foguetes lançados o uso de menos combustível para entrar em órbita e o carregamento de cargas maiores, já que contam com as forças centrífugas da Terra.

Fonte: BBC Brasil

Coreia do Norte planeja lançar mais mísseis, dizem EUA

Autoridades americanas do setor de defesa afirmaram nesta sexta-feira que há indicações de que a Coreia do Norte esteja planejando lançar mais mísseis.

As autoridades em Washington afirmaram que fotos de satélites mostraram movimentação de veículos em um local da Coreia do Norte usado para lançamento de mísseis de longa distância.

Segundo os americanos, a movimentação revelada pelas fotos de satélites se parece com a atividade registrada antes de a Coreia do Norte ter disparado um foguete de longa distância em abril.

Na sexta-feira os norte-coreanos dispararam outro míssil de curta distância, o sexto desta semana.

As autoridades americanas, que não quiseram se identificar, afirmaram que os Estados Unidos estão monitorando com atenção os locais de lançamento de mísseis da Coreia do Norte e outras instalações no país.

Durante esta semana a Coreia do Norte realizou um teste nuclear e disparou mísseis.

Nesta sexta-feira, a Coreia do Norte também alertou que vai adotar medidas de "autodefesa" se o Conselho de Segurança da ONU impuser sanções devido ao seu teste nuclear.

"Se o Conselho de Segurança da ONU nos provocar, nossas medidas adicionais de autodefesa serão inevitáveis", afirmou o Ministério do Exterior em uma declaração divulgada pela imprensa oficial norte-coreana.

Barcos de pesca

Em meio ao aumento da tensão pelas ações do governo norte-coreano, barcos de pesca chineses estariam deixando a região da fronteira entre as Coreias no Mar Amarelo, temendo uma ação militar.

A agência de notícias sul-coreana Yonhap citou fontes do setor de defesa, afirmando que as autoridades militares da Coreia do Sul estão tentando descobrir se os navios chineses receberam ordens para deixar a região.

"Barcos de pesca chineses perto da Linha de Limite do Norte (NLL, na sigla em inglês) começaram a se retirar ontem", afirmou a fonte.

A NLL, que a Coréia do Norte se recusa a reconhecer, marca a fronteira marítima na costa oeste da península. Foi o local de confrontos navais sangrentos em 1999 e 2002.

O governo comunista linha dura também ameaçou iniciar uma ação militar contra a Coreia do Sul depois da decisão do governo sul-coreano de aderir a um programa liderado pelos Estados Unidos que prevê a vistoria de navios suspeitos de transportar armas de destruição em massa, a Iniciativa de Segurança contra a Proliferação (PSI, na sigla em inglês).

A Coreia do Norte afirma que esta decisão dos sul-coreanos é equivalente a um ato de guerra e que, por isso os norte-coreanos afirmaram que não se veem mais obrigados a cumprir o armistício que pôs fim à Guerra da Coreia em 1953, e que "a península coreana vai retornar ao estado de guerra".

Um dia depois do anúncio do rompimento do armistício, a Coreia do Sul e os Estados Unidos anunciaram aumentaram o nível de alerta na região, aumentando o nível de vigilância mas sem alteração nas manobras militares.

Fonte: BBC Brasil

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Obama diz confiar que Israel aceitará Estado palestino

Após uma reunião com o presidente palestino, Mahmoud Abbas, em Washington, nesta quinta-feira, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, se disse confiante em progressos no processo de paz no Oriente Médio e que Israel aceitará a solução de dois Estados.

Obama disse "acreditar fortemente" que a criação de um Estado palestino independente interessa a Israel do ponto de vista de segurança.

"Tenho confiança de que podemos avançar se todos os lados cumprirem suas obrigações", disse Obama.

O presidente americano afirmou que não pretende "estabelecer prazos artificiais" para a resolução do conflito, mas ressaltou que não vai esperar até o final de seu mandato para pressionar por um acordo entre palestinos e israelenses.

Assentamentos

Obama voltou a pedir ainda para que Israel suspenda os assentamentos judaicos em terras palestinas da Cisjordânia.

Cerca de 280 mil israelenses vivem em 121 assentamentos na Cisjordânia e 190 mil israelenses moram em Jerusalém Oriental. Existem outros 102 assentamentos judaicos não oficiais na Cisjordânia.

Estes assentamentos são considerados pelos palestinos como um dos maiores obstáculos para a paz na região.

Obama disse ter sido "muito claro" com o premiê israelense, Binyamin Netanyahu, na semana passada, sobre a necessidade de "parar com os assentamentos".

Mas Israel afirmou, nesta quinta-feira, que o país continuará a permitir as construções nos assentamentos da Cisjordânia e que o futuro destes deveriam ser definidos nas negociações de paz com os palestinos.

Futuro

Mahmoud Abbas disse estar "completamente comprometido com os termos dos acordos já firmados", referindo-se à proposta acordada em 2003.

Pelo acordo, apoiado pela administração do presidente George W. Bush, Israel deveria congelar completamente a expansão dos assentamentos. Os palestinos se comprometeram a coibir a ação de militantes.

Obama disse que os palestinos devem fazer mais para fortalecer a segurança em seu território e reduzir o "incitamento" contra Israel que, segundo ele, está presente em algumas escolas e mesquitas.

Na próxima semana, Obama viaja ao Oriente Médio, onde se encontra com o líder saudita, o rei Abdullah, e o presidente egípcio, Hosni Mubarak. Ele deve fazer ainda um pronunciamento ao mundo árabe.

Correspondentes na região dizem que os muçulmanos esperam para ver qual a postura de Obama sobre o conflito entre palestinos e israelenses.

O presidente americano disse ter consciência de que o assunto "é um ponto crítico nas mentes de muitos árabes da região e além".

Analistas dizem que, embora as declarações recentes de Obama e do premiê israelense Binyamin Netanyahu sugiram uma rara quebra de sintonia entre os dois países, não está claro como o presidente americano deve pressionar Israel.

Fonte: BBC Brasil

Malária está se tornando resistente a drogas, adverte OMS

Cientistas internacionais e a Organização Mundial da Saúde (OMS) dizem ter encontrado evidências de que o parasita causador da malária está se tornando resistente às drogas consideradas hoje mais eficientes contra a doença.

Segundo eles, essa resistência, verificada no oeste do Camboja, precisa ser contida urgentemente para evitar uma catástrofe global.

As drogas à base de artemesinina são as mais utilizadas no mundo contra a forma mais comum e mortífera da malária.

Normalmente, esses medicamentos são capazes de eliminar os parasitas da malária do sangue da pessoa infectada num prazo de dois a três dias.

Mas agora dois grupos de cientistas, trabalhando em pesquisas separadas, dizem ter encontrado evidências de que a eliminação dos parasitas estaria levando entre quatro e cinco dias entre pacientes do oeste do Camboja.

Esse aumento do prazo para a eficácia da droga seria um sinal do aparecimento de uma resistência ao medicamento.

Segundo os especialistas, esse é um motivo para preocupação, porque gerações anteriores de drogas contra a malária tiveram seu uso inviabilizado por conta da resistência iniciada nessa mesma região do mundo.

'Consequências devastadoras'

"Duas vezes no passado o sudeste asiático deu ao mundo um presente, inconscientemente, de parasitas resistentes a drogas, particularmente para a África", afirma Nick Day, da Unidade de Pesquisas Médicas Tropicais de Oxford, um dos grupos envolvidos na pesquisa.

"Esse é o problema. Tivemos resistência à cloroquina e à sulfadoxina-pirimetamina (SP), ambas provocando uma grande perda de vidas na África. Se a mesma coisa acontecer outra vez, com a disseminação de parasitas resistentes da Ásia à África, isso terá consequências devastadoras para o controle da malária", diz Day.

Ainda não está claro por que essa região se tornou berçário para a resistência às drogas anti-malária. Mas um dos fatores poderia ser o fato de que o sistema público cambojano é precário e que o uso dessas drogas no país não é controlado.

Além disso, há muitas drogas falsas à venda, que contêm uma pequena dose dos medicamentos verdadeiros para enganar os testes. Isso também poderia levar à resistência.

Segundo a OMS, 1 milhão de pessoas morrem ao ano por causa da malária. Crianças, particularmente na África, estariam sob o maior risco, com a morte de uma criança pela doença a cada 30 segundos.

Aproximadamente metade da população mundial, principalmente em países em desenvolvimento, estão expostas à doença, transmitida por picadas de mosquito.

Fonte: BBC Brasil

terça-feira, 26 de maio de 2009

Cronologia: Coreia do Norte vive trajetória de desconfiança e tensão


Leia abaixo uma relação dos momentos mais importantes da história da Coreia do Norte.

1945 - Depois da Primeira Guerra Mundial, termina a ocupação japonesa da Coreia. As tropas soviéticas ocupam o norte da península e as americanas, o sul.

1946 - O Partido Comunista da Coreia do Norte é lançado, tendo à frente uma liderança apoiada pelos soviéticos - ela incluía Kim Il-sung, treinado pelo Exército Vermelho.

1948 - A República Popular Democrática da Coreia é proclamada. As tropas soviéticas se retiram.

1950 - O sul declara a independência, provocando uma invasão norte-coreana.

1953 - Um armistício põe fim à Guerra da Coreia, que matou 2 milhões de pessoas.

1960 - A década de 60 é marcada por forte desenvolvimento industrial e incidentes de espionagem dos Estados Unidos.

1972 - Depois de conversações secretas, as duas Coreias buscam um diálogo para a unificação.

1991 - As duas Coreias passam a integrar a Organização das Nações Unidas.

1992 - A Coreia do Norte concorda em permitir inspeções da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), mas, nos dois anos seguintes, se recusa a dar acesso a locais onde supostamente produz armas nucleares.

1994 - Morre Kim Il-sung. O filho, Kim Jong-il, assume a liderança do país, mas não recebe o título de presidente. A Coreia do Norte concorda em congelar seu programa nuclear em troca de combustível e dois reatores nucleares para a produção de energia, no valor de US$ 5 bilhões.

1995 - Os Estados Unidos concordam formalmente em ajudar a Coreia a obter dois reatores nucleares modernos, projetados para produzir menos plutônio do tipo usado para armamentos.

Enchentes e fome

1996 - O país passa por um período de fome depois de graves enchentes. O governo anuncia que não vai mais respeitar o armistício que pôs fim à Guerra da Coreia e envia tropas para a zona desmilitarizada entre norte e sul. Um submarino norte-coreano encalha no sul.

1998 - Kim Il-song é declarado postumamente "presidente eterno", e os poderes de Kim Jong-il são ampliados, fazendo dele chefe de Estado. As Nações Unidas levam ajuda humanitária para as vítimas da fome. A Coreia do Norte lança um foguete que sobrevoa o Japão e cai no Oceano Pacífico e insiste que ele levava um satélite e não se tratava de um míssil.

A Coreia do Sul captura um minissubmarino norte-coreano em suas águas territoriais. Os nove tripulantes são encontrados mortos no interior da nave.

Aperto de mão histórico

Os líderes das duas Coreias se reúnem em um momento em que surgem novas esperanças para a paz.

2000 - Cúpula em Pyongyang entre Kim Jong-il e o presidente sul-coreano Kim Dae-jung. O norte suspende a radiodifusão de propaganda contra o sul. Jornalistas sul-coreanos visitam a Coreia do Norte para iniciar comunicações. A Coreia do Sul dá anistia a mais de 3,5 mil prisioneiros.

Cem norte-coreanos se encontram com os parentes no sul em cenas carregadas de emoção.

Maio de 2001 - Uma delegação da União Europeia liderada pelo primeiro-ministro sueco Goran Persson visita o país para ajudar a reforçar o frágil processo de reconciliação com a Coreia do Sul. O grupo é a missão diplomática ocidental de mais alto nível a entrar na Coreia do Norte.

Junho de 2001 - A Coreia do Norte diz que enfrenta a pior seca de sua história.

Agosto de 2001 - Kim Jong-il chega a Moscou para uma primeira visita depois de uma viagem de trem de nove dias em que percorreu dez quilômetros, partindo de Pyongyang. Relatos indicam que o líder norte-coreano não gosta de viajar de avião.

Janeiro de 2002 - O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, diz que a Coreia do Norte é parte de um "eixo do mal", juntamente com Irã e Iraque.

Junho de 2002 - Navios das Coreias do Norte e do Sul trocam fogo de artilharia - a confrontação mais grave em três anos. Cerca de 30 marinheiros norte-coreanos e quatro sul-coreanos morrem.

Setembro de 2002 - O primeiro-ministro japonês Junichiro Koizumi vai à Coreia do Norte, na primeira visita de um líder japonês ao país. Ele se encontra com Kim Jong-il, que pede desculpas pelo sequestro de cidadãos japoneses nas décadas de 70 e 80.

Impasse nuclear

Outubro-Dezembro de 2002 - As tensões aumentam por causa da questão nuclear. Em outubro, os Estados Unidos dizem que a Coreia do Norte admitiu ter um programa secreto de armas. Os Estados Unidos decidem suspender o envio de combustível para Pyongyang. Em dezembro, a Coreia do Norte começa a reativar seu reator em Yongbyon e expulsa os inspetores internacionais do país.

Janeiro de 2003 - A Coreia do Norte se retira do Tratado de Não-Proliferação Nuclear, acordo internacional crucial para impedir a proliferação de armas atômicas.

Abril de 2003 - Delegações de Coreia do Norte, Estados Unidos e China começam conversações em Pequim sobre as ambições nucleares norte-coreanas - são as primeiras discussões desde o começo da crise nuclear.

Julho de 2003 - Pyongyang diz que tem plutônio suficiente para começar a fabricar bombas nucleares.

Conversações multilaterais

Agosto de 2003 - As conversações em Pequim envolvendo seis países não conseguem resolver divergências entre Estados Unidos e Coreia do Norte.

Outubro de 2003 - Pyongyang diz que através de reprocessamento conseguiu material suficiente para fabricar seis bombas nucleares.

Junho de 2004 - A terceira rodada de conversações multilaterais sobre o programa nuclear termina sem resultados. A Coreia do Norte se retira da rodada marcada para setembro.

Dezembro de 2004 - Coreia do Norte e Japão divergem sobre o destino de cidadãos japoneses sequestrados e treinados como espiões pela Coreia do Norte nas décadas de 70 e 80. O governo japonês diz que as oito vítimas, que os norte-coreanos dizem estar mortas, estariam vivas.

Fevereiro de 2005 - Pyongyang diz que fabricou armas nucleares para defesa.

Setembro de 2005 - A quarta rodada de conversações multilaterais sobre o programa nuclear norte-coreano é concluída. A Coreia do Norte concorda em abrir mão de armas em troca de ajuda e garantias de segurança. Mas o país exige depois um reator nuclear civil.

Fevereiro de 2006 - Conversações de alto nível com o Japão - as primeiras desde 2003 - não produzem um acordo em questões-chaves como o destino dos cidadãos japoneses sequestrados pela Coreia do Norte.

Julho de 2006 - A Coreia do Norte realiza testes com mísseis de longo e médio alcance, o que provoca protestos internacionais. Apesar de supostamente ter a capacidade de atingir os Estados Unidos, o míssil de longo alcance Taepodong-2 cai pouco depois do lançamento, de acordo com autoridades americanas.

Outubro de 2006 - A Coreia do Norte alega que realizou um teste nuclear pela primeira vez.

Fevereiro de 2007 - Retomada em Pequim das conversações multilaterais sobre o programa nuclear norte-coreano. Na última hora, a Coreia do Norte concorda em fechar seu principal reator nuclear em troca de uma doação de combustível.

Maio de 2007 - Trens de passageiros cruzam a fronteira entre as duas Coreias pela primeira vez em 56 anos.

Junho de 2007 - Inspetores internacionais visitam o complexo nuclear de Yongbyon pela primeira vez desde que foram expulsos do país em 2002. Em julho, eles confirmam o fechamento da usina.

Agosto de 2007 - A Coreia do Norte apela por ajuda depois de fortes enchentes.

Compromisso

Outubro de 2007 - O governo norte-coreano se compromete a desativar três instalações nucleares e declara que seu programa nuclear estará encerrado no fim de 2007. Os presidentes das duas Coreias se comprometem em uma cúpula em Pyongyang a procurar um diálogo para encerrar formalmente a Guerra da Coreia.

Novembro de 2007 - Os primeiros-ministros das duas Coreias se encontram pela primeira vez em 15 anos.

Janeiro de 2008 - Os Estados Unidos dizem que a Coreia do Norte não cumpriu o prazo marcado para o fim de 2007 para declarar o fim de suas atividades nucleares. A China pede à Coreia do Norte que honre seus compromissos.

Fevereiro de 2008 - O novo presidente da Coreia do Sul, o conservador Lee Myung-bak, condiciona a concessão de ajuda ao norte ao desarmamento nuclear e a um melhor desempenho em questões de direitos humanos.

Março-Abril de 2008 - As relações norte-sul se deterioram acentuadamente. A Coreia do Norte expulsa gerentes de um polo industrial conjunto, realiza testes com mísseis de curto alcance e acusa o presidente sul-coreano de enviar um navio de guerra para as águas do norte.

Junho de 2008 - No que é visto como um passo-chave no processo de desnuclearização, a Coreia do Norte faz uma declaração indicando suas instalações nucleares em um gesto há muito esperado.

Julho de 2008 - Soldados matam a tiros uma mulher sul-coreana no monte Kumgang, uma área especial de turismo da Coreia do Norte, levando a um aumento de tensões. O ministro do Exterior da Coreia do Norte, Pak Ui-chun, e a secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, conversam sobre o desarmamento de Pyongyang na primeira reunião do tipo em quatro anos.

Kim não aparece

Setembro de 2008 - Kim Jong-il não comparece a uma importante parada militar, levando a especulações sobre seu estado de saúde. A Coreia do Norte acusa os Estados Unidos de não cumprirem sua parte no acordo de ajuda em troca de desarmamento e diz que está se preparando para reativar o reator de Yongbyon.

Outubro de 2008 - Os Estados Unidos retiram a Coreia do Norte de sua lista de países que patrocinam o terrorismo. Em troca disso, o governo norte-coreano concorda em abrir o acesso a suas instalações nucleares.

Novembro de 2008 - A Coreia do Norte diz que vai interromper toda a ligação por terra para o Sul a partir de dezembro e culpa a Coreia do Sul por buscar uma política de confronto.

Dezembro de 2008 - O governo norte-coreano diz que vai tornar mais lento o trabalho de desmantelamento de seu programa nuclear em resposta à decisão dos Estados Unidos de suspender a ajuda energética. Os Estados Unidos suspenderam a ajuda depois do fracasso de conversações internacionais para encerrar as atividades nucleares da Coreia do Norte.

Janeiro de 2009 - A Coreia do Norte diz que está suspendendo todos os acordos militares e políticos com o sul e acusa o governo sul-coreano de ter "intenções hostis".

Abril de 2009 - A Coreia do Norte lança um foguete levando o que diz ser um satélite de comunicações. Seus vizinhos acusam o país de testar tecnologia de mísseis de longo alcance. O Conselho de Segurança das Nações Unidas critica o lançamento, e a Coreia do Norte abandona as conversações multilaterais para pôr fim a seu programa nuclear.

Maio de 2009 - A Coreia do Norte diz que realizou um novo teste nuclear.

Fonte: BBC Brasil

Relatório de Israel acusa Venezuela de enviar urânio ao Irã

Venezuela e Bolívia estariam fornecendo urânio para o programa nuclear do Irã, de acordo com um documento secreto do governo israelense obtido pelas agências de notícias americana AP e francesa AFP e divulgado nesta segunda-feira.

"Há relatos de que a Venezuela fornece urânio para o programa nuclear iraniano. A Bolívia também fornece urânio para o Irã", de acordo com o documento do ministério das Relações Exteriores israelense.

O documento conclui que o presidente venezuelano, Hugo Chávez, estaria tentando sabotar os Estados Unidos apoiando o Irã.

O relatório de três páginas foi preparado antes da viagem do vice-ministro das Relações Exteriores israelense, Danny Ayalon, que deve participar do encontro da Organização dos Estados Americanos em Honduras na próxima semana.

Nem Venezuela nem Bolívia comentaram as acusações até agora.

Gaza

O documento diz ainda que o grupo militante libanês Hezbollah, que tem o apoio do Irã, teria montado um campo de treinamento na ilha venezuelana de Margarita e também no norte do país.

A Venezuela expulsou no início do ano o embaixador israelense do país em represália à campanha militar na Faixa de Gaza que, segundo fontes palestinas, entre dezembro e janeiro, matou mais de 1,2 mil pessoas - um terço delas, crianças. Israel respondeu expulsando o embaixador venezuelano do país.

A Bolívia também cortou relações com Israel por causa da ofensiva em Gaza.

Israel considera o Irã uma ameaça por causa das declarações do presidente Mahmoud Ahmadinejad falando contra o país.

Fonte: BBC Brasil

Países mais ricos sofrem maior queda desde 1960, diz OCDE

O Produto Interno Bruto (PIB) dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) caiu 2,1% no primeiro trimestre de 2009 em relação ao trimestre imediatamente anterior, segundo estudos preliminares divulgados pela entidade nesta segunda-feira.

Trata-se da maior queda desde que a OCDE começou a registrar os dados do PIB, em 1960, e também da terceira queda consecutiva desde o terceiro trimestre de 2008.

Em relação ao mesmo trimestre no ano passado, o PIB dos mesmos países sofreu uma queda de 4,2%.

O país mais afetado nos três primeiros meses de 2009 foi o Japão, com uma queda de 4%, seguido pela Alemanha, com -3,8%. Além deles, sofreram queda Itália (-2,4%), Grã-Bretanha (-1,9%), Estados Unidos (-1,6%) e França (-1,2%).

Japão e Itália

Juntamente com o Canadá, cujos dados não foram divulgados por serem computados por outra metodologia, estes países fazem parte do chamado G7, das maiores economias do mundo.

Também são membros da OCDE outros países da União Europeia, Coreia do Sul, México, Turquia, Islândia, Suíça, Austrália e Nova Zelândia, mas não foram divulgados dados sobre eles.

Na semana passada, o Japão anunciou ter sofrido, no primeiro trimestre deste ano, a maior contração desde que os registros começaram, em 1955, por causa da queda acentuada das exportações do país.

A Itália também anunciou que seu PIB caiu 5,9% no primeiro trimestre do ano, em comparação ao mesmo período em 2008, a pior queda desde 1980.

Fonte: BBC Brasil

Conselho de Segurança da ONU condena teste nuclear da Coreia do Norte

O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) condenou, de modo unânime, o teste nuclear feito pelo governo da Coreia do Norte na manhã desta segunda-feira.

Após uma reunião de emergência na noite desta segunda-feira, os membros do Conselho afirmaram que o teste é "uma clara violação" das resoluções de 2006 do CS, que proíbem a Coreia do Norte de desenvolver atividades nucleares.

China e Rússia, tradicionais aliados da Coreia do Norte no CS, se juntaram aos outros membros do órgão na condenação.

O representante da Rússia, Vitaly Churkin, que ocupa a Presidência rotativa do órgão, afirmou que os membros do Conselho concordaram em começar a trabalhar imediatamente em uma nova resolução sobre a Coreia do Norte.

"Os membros do Conselho de Segurança anunciaram sua forte oposição e condenação ao teste nuclear conduzido pela República Popular Democrática da Coreia no dia 25 de maio de 2009. (O teste) é uma clara violação da resolução 1.718 (do CS)", afirmou Churkin após a reunião de emergência em Nova York.

"Os membros do Conselho de Segurança decidiram começar a trabalhar imediatamente em uma resolução sobre este assunto", completou.

"Medidas vigorosas"

A embaixadora dos EUA nas Nações Unidas, Susan Rice, afirmou que seu país quer que sejam tomadas "medidas vigorosas" contra a Coreia do Norte.

Ela ainda afirmou esperar que o Conselho de Segurança comece a trabalhar em uma nova resolução nesta terça-feira.

"Os Estados Unidos consideram o teste uma grave violação da legislação internacional e uma ameaça à paz e segurança regional e internacional", disse Rice, após as declarações de Churkin.

"Os EUA buscarão uma resolução forte com medidas vigorosas", completou Rice.

Tarefa difícil

O embaixador da Grã-Bretanha na ONU, John Sawers, afirmou que o Conselho decidiu agir em dois estágios.

O primeiro consiste na divulgação de um comunicado "condenando vigorosamente o fato de a Coreia do Norte ter empreendido seu segundo teste nuclear".

"Também decidimos começar a trabalhar imediatamente em uma resolução do Conselho de Segurança para garantir a paz e a segurança na região", afirmou Sawers.

Segundo o analista da BBC David Loyn, a comunidade internacional terá uma tarefa difícil ao confrontar o regime imprevisível da Coreia do Norte.

A Coreia do Norte teve sua pior colheita da década e a ONU acredita que um quarto da população precise de ajuda alimentícia.

Loyn afirma que o governo norte-coreano suspendeu abruptamente as negociações sobre ajuda e, para desviar a atenção, iniciou testes de mísseis de longa distância e o teste subterrâneo desta segunda-feira.

Ele sugere que a mudança de atitude reflita uma disputa interna de poder, com partidários da ala mais linha-dura procurando formas de provocação internacional para justificar a repressão interna.

Potência

Na manhã desta segunda-feira, um comunicado oficial do governo norte-coreano afirmou que um teste nuclear subterrâneo "foi conduzido com sucesso, como parte das medidas para aumentar o poder de autodefesa" do país.

A US Geological Survey (instituto de pesquisa geológica dos Estados Unidos) disse que foi detectado um tremor com 4,7 de magnitude às 00h54 GMT (21h54 de domingo, hora de Brasília) a uma profundidade de 10 quilômetros.

A Coreia do Norte não informou onde o teste ocorreu, mas autoridades da Coreia do Sul acreditam que ele tenha ocorrido no nordeste do país, mesmo local onde o país realizou seu primeiro teste nuclear, em outubro de 2006.

Segundo analistas, a explosão desta segunda-feira foi aparentemente muito mais potente do que a do primeiro teste.

Autoridades de defesa da Rússia afirmaram que a explosão teve mais de 20 quilotons, comparável às bombas lançadas pelos EUA nas cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki, em 1945.

O ministro da Defesa da Coreia do Sul, Lee Sang-hee, afirmou que a Coreia do Norte também lançou dois mísseis de pequeno alcance nesta segunda-feira.

Fonte: BBC Brasil

Brasileiros economizaram R$ 10,9 bilhões com remédios genéricos em dez anos

A comercialização dos remédios genéricos, criada em 1999 pela Lei 9.787, com medicamentos a preços até 35% mais baratos em relação aos dos produtos de marca, permitiu, nesses dez anos, que os brasileiros economizassem R$ 10,9 bilhões na compra de remédios. A estimativa foi divulgada hoje (25) pela Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos (Pró-Genéricos).

Segundo o presidente da Pró-Genéricos, Odnir Finotti, dos dez medicamentos mais receitados no país, oito são genéricos. "Representam 18,2% do mercado farmacêutico brasileiro", informou.

Segundo Finotti, a Região Norte é a que menos consome os remédios genéricos por causa da falta de informação adequado sobre o medicamento. "Notamos que quanto mais longe dos grandes centros, menor é o consumo. Creditamos o fato à falta de informação", afirmou.

Ele revelou ainda que existem genéricos para tratar 90% das doenças que mais acometem os brasileiros e que 89% deles são fabricados por laboratórios nacionais. De acordo com Finotti, os investimentos do setor têm sido crescentes. "A indústria de genéricos investiu, nestes dez anos, R$ 170 milhões. A previsão de investimentos até 2010 é de R$ 354 milhões", disse.

Para Finotti, um dos desafios para a indústria dos genéricos na próxima década é o de luta pela diminuição da carga tributária. De acordo com o presidente da Pró-Genéricos, a alíquota do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços) sobre os genéricos precisa ser reduzido para que o preço ao consumidor também diminua. "Baixando a alíquota do ICMS , o preço do remédio também cai", afirmou.

Fonte: UOL