quinta-feira, 8 de abril de 2010

Brasil e EUA devem assinar acordo de defesa

O Brasil e os Estados Unidos devem assinar na próxima segunda-feira um acordo de cooperação na área de defesa, segundo fontes diplomáticas.

O texto do acordo está em fase de revisão final, e a expectativa é de que o ministro brasileiro da Defesa, Nelson Jobim, viaje a Washington para assinar o documento com o Secretário de Defesa americano, Robert Gates.

Este será o primeiro acordo-quadro entre os dois países na área de defesa desde 1977, quando o Brasil cancelou unilateralmente um acordo militar com os Estados Unidos datado de 1952.

Desde então, os dois países mantinham apenas pequenos acordos setoriais na área de defesa, que incluíam a venda de equipamentos e intercâmbios entre as Forças Armadas. O acordo-quadro cria um instrumento jurídico sobre o tema.

Os projetos de cooperação a serem implementados pelos dois países ainda não estão definidos, mas deverão envolver treinamento, equipamentos e desenvolvimento tecnológico na área de defesa.

Colômbia

Segundo fontes diplomáticas, o acordo já vinha sendo discutido entre os dois países desde o governo de George W. Bush. No entanto, tomou forma apenas nos últimos meses.

No ano passado, a relação bilateral atravessou momentos de tensão devido a divergências em vários temas.

Um dos pontos de atrito foi desencadeado por um acordo militar firmado entre os Estados Unidos e a Colômbia, que previa o uso de bases em território colombiano por forças americanas.

A parceria militar entre Estados Unidos e Colômbia gerou críticas de diversos países da América do Sul.

Na época, o governo brasileiro chegou a criticar a "falta de transparência" do acordo e pediu explicações tanto da Colômbia quanto dos Estados Unidos.

O acordo a ser firmado com o Brasil, ao contrário do tratado com a Colômbia, não envolve instalações ou acesso especial de uma das partes ao território da outra, nem qualquer tipo de imunidades para as tropas.

O documento tem também uma cláusula de garantias da Unasul (União ds Nações Sul-Americanas), que garante respeito aos princípios igualdade soberana dos Estados, não-intervenção em assuntos internos e inviolabilidade territorial.

Fonte: BBC Brasil

terça-feira, 6 de abril de 2010

EUA anunciam nesta terça-feira forte redução de seu arsenal nuclear


O governo Obama se prepara para anunciar nesta terça-feira uma grande redução do arsenal nuclear dos Estados Unidos, procurando dar o exemplo, a uma semana de uma reunião de cúpula internacional sobre desarmamento atômico, que será realizada em Washington.

O porta-voz do presidente Barack Obama, Robert Gibbs, anunciou nesta segunda-feira que Washington anunciará na terça-feira uma esperada revisão da estratégia nuclear americana, a primeira desde 2002. No início de março, o governo americano havia divulgado que esta nova estratégia incluiria uma "redução espetacular" do número de armas atômicas dos Estados Unidos.
O anúncio de terça-feira será feito dois dias antes da assinatura, em Praga, de um novo acordo de desarmamento START entre Obama e seu colega russo Dmitri Medvedev. Americanos e russos chegaram a um acordo no mês passado para reduzirem seu arsenal nuclear para 1.550 ogivas cada um.


Arsenal nuclear estimado dos países atualmente*


De acordo com o Tratado de Não Proliferação Nuclear de 1968, os países oficialmente detentores de ogivas nucleares antes de 1967 - EUA, Reino Unido, Rússia, China e FrançaÍndia, IsraelPaquistão nunca assinaram o tratado; Coreia do Norte firmou o documento, mas se retirou em 2003. De modo paralelo e complementar, o Start I de 1991 foi um tratado bilateral entre EUA e a ex-URSS no qual os dois países se comprometiam a reduzir seu arsenal de armas nucleares
- se comprometem em não transferir a tecnologia da bomba atômica a outro país. e
*Estimativas do Center for Defense Information e Nuclear Threat Iniciative (2009)


O plano também será divulgado uma semana antes da cúpula de Washington de 12 e 13 de abril para a qual Obama convidou 40 dirigentes de todo o mundo para discutir segurança e não-proliferação.

Barack Obama pregou há exatamente um ano, no dia 5 de abril de 2009, o advento de um mundo sem armas atômicas, durante um discurso pronunciado em Praga. No entanto, ele admitiu que provavelmente não viveria para ver esse objetivo ser alcançado.

A partir de então, defensores e críticos da desnuclearização se enfrentaram dentro do governo e o anúncio da nova estratégia foi adiado em vários meses.

No início de março, um alto funcionário americano que não quis se identificar afirmou que a nova estratégia visava a "uma redução espetacular dos arsenais (de armas nucleares), mantendo uma dissuasão sólida e confiável".

Ela dará também "um papel crescente às armas convencionais na dissuasão" e renunciará às armas atômicas "anti-bunkers", desejadas pelo governo anterior de George W. Bush, indicou a autoridade.

Segundo o New York Times, que revelou os principais pontos desse documento, o objetivo é reduzir o número de ogivas nucleares dos Estados Unidos em "vários milhares".

Mas o governo já afastou a possibilidade de anunciar que os Estados Unidos jamais recorrerão em primeiro lugar à arma nuclear em caso de conflito, de acordo com o New York Times.

Os defensores da desnuclearização pedem que Obama proclame que "o único objetivo" da arma nuclear é dissuadir uma potência nuclear de ameaçar os Estados Unidos. Segundo eles, a superioridade do Exército americano em matéria de armamentos convencionais torna a bomba atômica inútil em qualquer outro contexto.

A partir dessa doutrina ganharia força a retirada de cerca de 200 ogivas nucleares táticas que Washington possui na Europa, o que cinco países membros da Otan (Alemanha, Bélgica, Luxemburgo, Noruega, Holanda) pediram em fevereiro.

Ela se opõe à doutrina da "dissuasão ampliada", segundo a qual os Estados Unidos manteriam ou estenderiam seu "guarda-chuva nuclear" na Europa, na Ásia e até no Oriente Médio, incitando os países protegidos a não tentarem obter suas próprias armas.

Fonte: UOL/AFP

EUA criticam contratos de defesa entre Rússia e Venezuela

O governo dos Estados Unidos criticou um conjunto de contratos na área de defesa firmados entre a Rússia e a Venezuela que preveem a compra de bilhões de dólares em armas para o arsenal do país latino-americano.

“Nós estamos com dificuldades para entender que necessidades de legítima defesa a Venezuela tem para ter esses equipamentos”, disse o porta-voz do Departamento de Estado americano, Philip Crowley.

“Se a Venezuela vai aumentar seu arsenal militar, nós certamente não queremos ver esse equipamento migrando para outras partes do hemisfério”, afirmou Crowley.

Mais cedo, o primeiro-ministro russo, Vladimir Putin, que acaba de voltar de Caracas, afirmou, em Moscou, que a Rússia teria vendido mais de US$ 5 bilhões (cerca de R$ 8,8 bi) em armas para a Venezuela.

Segundo o premiê, os contratos beneficiariam treze fabricantes de armamentos russos e incluem ainda um crédito de US$ 2,2 bi (R$ 3,8 bi), anunciado no ano passado e que ainda não teria sido utilizado pelo governo de Hugo Chávez.

“Nossa delegação acaba de retornar da Venezuela. Eu quero informá-los que o volume total de pedidos excedeu US$ 5 bilhões”, disse Putin em uma reunião em Moscou.

Fornecedor

Desde 2004, a Venezuela investiu mais de US$ 4 bilhões na compra de armamentos russos. A aliança, considerada estratégica pelo governo de Caracas, permitiu a compra de 24 aviões de combate Sukhoi-30, 53 helicópteros de transporte e ataque e 100 mil fuzis de assalto.

A Rússia passou a ser o maior fornecedor de armamentos para a Venezuela quando os Estados Unidos impuseram um bloqueio proibindo a venda de armas ao país, impedindo, inclusive, a venda de 24 aviões Supertucanos da Embraer para as Forças Armadas venezuelanas.

Durante a visita de Putin a Caracas, o presidente venezuelano, Hugo Chávez, rejeitou as preocupações dos Estados Unidos.

“Nós não estamos construindo uma aliança contra os Estados Unidos. Nós não nos importamos com o que Washington pensa”, afirmou Chávez na última sexta-feira.

Em novembro, Chávez disse que as tropas venezuelanas estavam “preparadas para a guerra” com a Colômbia, em resposta ao plano de aumento de tropas americanas em bases colombianas, previsto em um acordo entre os dois países.

Fonte: BBC Brasil