terça-feira, 16 de setembro de 2008

Bancos centrais tentam acalmar mercados com injeção de capital

Bancos centrais injetaram um grande volume de recursos nos mercados financeiros globais pelo segundo dia consecutivo nesta terça-feira, para tentar conter os efeitos colaterais da crise que afetou grandes companhias de Wall Street.

De Sydney a Frankfurt, as autoridades monetárias despejaram bilhões de dólares em fundos emergenciais para tentar evitar o fechamento dos mercados de crédito, mas mesmo assim o movimento não conseguiu impedir o aumento do custo dos empréstimos interbancários.

O Federal Reserve (Fed, banco central americano) disponibilizou US$ 70 bilhões para ajudar as instituições financeiras em crise, repetindo a mesma quantia desta segunda-feira. São os maiores volumes diários desde setembro de 2001, pouco após os ataques terroristas em Nova York e Washington.

O Banco Central Europeu (BCE) colocou 70 bilhões de euros (US$ 98,09 bilhões) no mercado nesta terça, seguindo a injeção de 30 bilhões de euros feita na véspera.

A demanda dos bancos por fundos nesta terça-feira, o que indica como a liquidez de outras fontes está diminuindo, superou os 100 bilhões de euros.

Na Grã-Bretanha, o Banco da Inglaterra injetou 20 bilhões de libras (US$ 35,21 bilhões), depois de ter colocado no mercado 5 bilhões de libras na segunda-feira.

Os bancos centrais na Ásia também entraram em ação. No Japão, Austrália e na Índia, os BCs fizeram fortes injeções de recursos.

Os bancos da região distribuíram cerca de US$ 17 bilhões, seguindo a injeção de US$ 70 bilhões do Federal Reserve feita na segunda-feira.

O Banco do Japão colocou no sistema bancário sua maior injeção de capital em quase seis meses -1,5 trilhão de ienes (US$ 14,2 bilhões).

"O Banco do Japão vai monitorar cuidadosamente a situação recente das instituições financeiras dos EUA e seu impacto", afirmou o presidente da instituição, Masaaki Shirakawa, em comunicado.

A expectativa é de que o BC japonês mantenha sua meta para a taxa básica de juro em 0,5% na quarta-feira.

Em contraste, os mercados estão precificando 88% de chances de uma redução de 25 pontos percentuais na taxa básica de juro dos EUA, para 1,75%.

Na Indonésia, o BC reduziu em 200 pontos-básicos, para 10,25%, a taxa de juro cobrada dos bancos que precisam se financiar com a autoridade monetária, para tentar aumentar a liquidez do mercado. A taxa básica de juro foi mantida em 9,25%.

O Banco Central da Índia colocou quase US$ 1,32 bilhão através de uma operação de refinanciamento, sua maior injeção em cerca de um mês.

Os BCs em Hong Kong, Coréia do Sul, Taiwan e Nova Zelândia ofereceram suporte verbal para os mercados. O mesmo aconteceu em Paris, Berlim e Roma, onde os bancos centrais divulgaram comunicados afirmando que as instituições financeiras em seus países devem sofrer impacto limitado por conta dos eventos nos Estados Unidos.

Fonte: UOL

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