Reuniões públicas são suspensas, e está proibido portar armas no estado.
Antes de reunião com Evo, oposicionista diz que é preciso 'pacificar' país.
O governo da Bolívia decretou na noite desta sexta-feira (12) estado de sítio no estado de Pando, um dos envolvidos em protestos contra o governo.
A informação é do ministro boliviano da Defesa, Walker San Miguel, e do ministro de Governo, Alfredo Rada.
O estado de sítio, decretado pouco depois das 20h de Brasília, suspende algumas das liberdades constitucionais no estado até que a ordem pública seja restabelecida no estado, segundo a Agência Boliviana de Informação. Reuniões públicas com mais de três pessoas estão suspensas, e quer estiver portando armas de fogo pode ser preso.
Pelo menos oito pessoas morreram na quinta-feira em confrontos armados entre governistas e oposicionistas em Pando, e ao menos 30 pessoas ficaram feridas. Também houve saques e atos de vandalismo.
Rada disse que mais corpos foram encontrados na região, mas não precisou o número. "Houve um verdadeiro massacre em Pando", disse. Segundo ele, foram cometidos "crimes contra a humanidade" no local.
De acordo com San Miguel, os crimes teriam sido cometidos por paramilitares ligados a grupos oposicionistas, com a participação de "delinqüentes", alguns estrangeiros. Fontes do governo disseram que brasileiros e peruanos estariam entre eles.
Rada também envolveu nas mortes funcionários do governador de Pando, Leopoldo Fernández. Mais cedo, Fernández havia negado as acusações.
Uma multidão cercava na noite desta sexta o aeroporto de Cobija, em Pando. Houve disparos de armas de fogo e explosões, segundo a imprensa local. Os manifestantes estariam tentando impedir o pouso de aviões com reforço militar.
O deputado oposicionista Ronald Camargo, que está no local, disse que uma pessoa morreu e três ficaram feridas nos confrontos.
Sem tiros
O estado de sítio é decretado em uma sexta-feira que foi relativamente mais calma na Bolívia, depois da escalada de violência entre governistas e oposicionistas dos últimos dias.
Mais cedo, Morales havia ordenado nesta sexta que as Forças Armadas do país evitem usar armas de fogo contra os manifestantes oposicionistas.
"Eu digo às polícia e às Forças Armadas que é proibido usar armas de fogo contra o povo", disse Evo em um discurso pela TV gravado em Cochabamba.
O chefe das Forças Armadas, general Luís Trigo, retrucou dizendo que seus homens vão fazer "tudo o que for necessário" para proteger o estado. "Vamos garantir a propriedade da nação, o funcionamento do Estado e os serviços públicos, assim como a preservação dos recursos estratégicos", disse.
Os distúrbios violentos tiveram como principais cenários os departamentos (estados) de Santa Cruz, Beni, Pando e Tarija, governadas por opositores autonomistas.
Nestas províncias, ocorreram mais de 30 cortes de estradas, além de ocupações de entidades e de empresas do Estado e ataques a várias instalações petrolíferas.
Os protestos também provocaram a interrupção parcial do fornecimento do gás natural boliviano para o Brasil e a Argentina.
O impacto das manifestações começou a ser sentido no oeste do país, onde está a sede do governo, La Paz, por uma relativa escassez de combustíveis produzida porque muitas usinas petrolíferas estão ocupadas no leste.
Os militares começaram na noite de quinta a mobilizar mais tropas em direção aos campos petrolíferos com o propósito de evitar que ocupações como as que afetaram parcialmente o envio de gás para Brasil e Argentina continuem.
Fonte: G1
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