quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Dilma: com pré-sal Brasil elimina pobres em 18 anos

A ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) reuniu-se com diretores da Caixa Econômica Federal num hotel de Brasília.

Deu-se nesta quarta (24). A preferida de Lula para 2010 discursou. Disse que o dinheiro do pré-sal vai ajudar o Brasil a erradicar a pobreza em menos de 18 anos.

Disse que, valendo-se de programas já existentes –“Bolsa Família”, “infra-estrutura” e “educação”—o país eliminaria “definitivamente” a miséria num prazo de 15 a 18 anos.

Mas o dinheiro resultante da exploração comercial do petróleo armazenado em águas profundas será usado, segundo Dilma, ‘para encurtar o processo.”

Curioso. A própria Petrobras reconhece que as plataformas encomendadas para extrair óleo e gás do pr-e-sal só estarão operando em capacidade plena no ano da graça de 2017.

Ou a ministra dispõe de informação privilegiada, ainda desconhecida da platéia, ou terá de explicar melhor o que a faz discorrer com tanta proficiência sobre uma verba que só estará disponível no final do mandato do sucessor do sucessor de Lula.

Dilma falou também sobre a crise que rói os pilares de Wall Street e faz estremecer os mercados do mundo.

Repisou a cantilena de que a economia brasileira, por "forte e robusta", está preparada para arrostar os efeitos da turbulência.

Ecoando Lula, Dilma voltou no tempo, estacionando na era FHC: “Vivemos um momento extraordinariamente diferente do de crises anteriores — da crise da Rússia, da Ásia e da Argentina — nas quais o Brasil também esteve mergulhado.”

acha que a crise americana não pode ser motivo, no Brasil, de "desconfiança". Comparou a CEF às instituições que financiam casas próprias nos EUA:

“Não se pode dizer que uma instituição como a Caixa não tenha recursos para investir. Isso não ocorre, no Brasil, e não ocorrerá...”

“Os bancos, as instituições financeiras [nos EUA] têm seus problemas, mas não são iguais à Caixa...”

“A Caixa tem outro tipo de intervenção na área da construção civil e da construção de moradias e na coordenação de projetos governamentais na área de saneamento.”

De resto, previu que o PIB brasileiro, em alta, está a salvo. Disse que o país expetrimenta “um processo de crescimento que veio para ficar.”

Fez, por último, uma concessão à realidade. Disse que as avaliações de Brasília sobre a crise "não significam que o governo esteja de olhos fechados."

Admitiu que a situação no mercado internacional precise ser monitorada. Ah, bom!


Fonte: Folha de São Paulo

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