sábado, 6 de setembro de 2008

EUA têm maior taxa de desemprego em quase cinco anos

A taxa de desemprego nos Estados Unidos atingiu 6,1% em agosto, o maior nível em quase cinco anos, segundo informações do Departamento do Trabalho divulgadas nesta sexta-feira.

Segundo os dados, o país perdeu 84 mil postos de trabalho em agosto – o oitavo mês consecutivo de queda no número de vagas, aumentando o total de empregos eliminados em 2008 para cerca de 605 mil.

O principal declínio no número de postos de trabalho foi registrado no setor automotivo, que eliminou cerca de 128 mil vagas, enquanto que o setor manufatureiro perdeu 61 mil postos e o de serviços profissionais e de negócios, 51 mil vagas.

Os dados indicam que, em agosto, o número de desempregados nos Estados Unidos subiu em 592 mil e atualmente o país conta com 9,4 milhões de pessoas sem emprego.

Temores

Os dados desta sexta-feira contribuem para aumentar a preocupação com a capacidade da economia americana de evitar uma recessão.

Na quinta-feira, já haviam sido divulgado números que mostraram que os empregadores da iniciativa privada dos Estados Unidos cortaram 33 mil postos de trabalho em agosto.

Além disso, um relatório do Federal Reserve, o banco central americano, afirmou que a atividade econômica está "fraca".

"Com tanta incerteza, poucos investidores estão dispostos a comprar", disse o analista de mercado Masayuki Otani, da Securities Japan. "Muitas coisas aconteceram ao mesmo tempo."

No início da semana, o Federal Reserve, ou Fed, como é conhecido o Banco Central americano, já havia anunciado que a atividade econômica no país permanecia fraca.

Segundo o analista da BBC para assuntos econômicos Andrew Walker, o aumento do desemprego só reafirma a debilidade da economia americana, apesar do crescimento econômico considerado acima das expectativas no segundo trimestre.

Bolsas

A sexta-feira começou com mais baixas nas bolsas de valores em todo o mundo, que refletem os temores acerca dos efeitos do desaquecimento econômico americano sobre a economia global.

No Japão, o Nikkei 225 – o principal índice da bolsa do país – caiu 2,75%.

Em Hong Kong, a bolsa caiu 2,2%. O índice fechou abaixo dos 20 mil pontos pela primeira vez em 17 meses.

Na Europa, os mercados de Londres, Paris e Frankfurt haviam fechado em queda na quinta-feira e, voltavam a registrar baixas nesta sexta.

O índice FTSE 100, da bolsa de Londres, fechou em queda de 2,3%, fazendo com que a baixa da semana chegasse a 7%, a maior desde julho de 2002. O CAC 40, de Paris, e o DAX 30, de Frankfurt, registraram baixa de cerca de 2,5%.

As preocupações com a inflação fizeram com que os bancos centrais europeus decidissem não cortar suas taxas de juros.

Mas para muitos analistas, isso deve mudar nas próximas semanas com previsões cada vez mais negativas sobre a economia européia.

Na quinta-feira, o Banco Central europeu reduziu a previsão de crescimento da zona do euro em 2009 de 1,5% para 1,2%. Dados sobre a Grã-Bretanha mostraram que a economia do país estagnou no segundo trimestre do ano.

Em Nova York, o Dow Jones – principal índice de Wall Street – que fechou a quinta-feira em queda de mais de 3%, reagiu, nesta sexta-feira, registrando uma recuperação de 0,3%. Mesmo assim, a semana acabou com uma baixa de 2,8%.

Fonte: BBC Brasil

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