Segundo o diário, a tensão entre os dois países se deve às diferenças de posição entre Brasil e Argentina nas negociações da Rodada de Doha e aos novos conflitos comerciais relacionados à farinha argentina e à redução alfandegária adotada pelo Brasil.
"Lula será o primeiro chefe de Estado a visitar sua parceira Cristina Kirchner depois da crise do setor agrícola, mas chegará justo quando há diferenças entre os dois países", diz o jornal.
"Talvez não seja o melhor momento para que o presidente brasileiro venha à Argentina, mas chegará, de qualquer forma, no domingo", afirma o La Nación.
Negócios
O jornal destaca que, na agenda da visita, está um encontro entre secretário argentino da Indústria, Fernando Fraguío, e o secretário-geral do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio do Brasil, Ivan Ramalho.
Segundo o diário, os dois representantes devem discutir duas das principais causas da tensão entre os países: a redução das tarifas alfandegárias autorizada pelo Brasil e a conseqüente "violação unilateral" nas Tarifas Externas Comuns (TEC) do Mercosul, e as acusações da Abitrigo (Associação Brasileira da Indústria do Trigo) contra os competidores por um possível dumping da farinha argentina.
Apesar dos conflitos no setor comercial, o La Nación destaca que a expectativa do encontro entre Lula e Cristina Kirchner, agendado para segunda-feira, é que os líderes fechem acordos comerciais durante a reunião.
"O governo argentino pretende equilibrar um pouco o grande déficit no intercâmbio industrial com o Brasil", diz o jornal, citando os setores estratégicos identificados pela Argentina.
Tensão
O La Nación dedica ainda outra matéria sobre a relação entre os dois países.
Em uma nota intitulada "O Brasil estende a mão", o jornal comenta a tensão criada pelo Brasil por conta da postura adotada nas negociações da Rodada de Doha.
Na edição de segunda-feira, o jornal já havia destacado que os países do Mercosul perceberam como "traição" o apoio brasileiro à proposta de liberalização comercial apresentada pelo diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Pascal Lamy.
Em uma nota publicada na edição desta terça-feira, o diário afirma que o Brasil "estendeu a mão" para Argentina e estaria disposto a renunciar parte da porcentagem da cláusula de flexibilização que corresponde ao Mercosul para beneficiar a Argentina.
"Fiel à sua promessa de 'fazer esforços para ajudar a Argentina', o chanceler Celso Amorim estaria analisando uma fórmula que permita aos argentinos a proteger um número maior de setores industriais”, afirma o La Nación.
Fonte: BBC Brasil
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