Os protestos foram realizados na capital da Abecásia, Sukhumi, e em Tskhinvali, capital da Ossétia do Sul, nesta quinta-feira.
Vestidas de preto, mães e viúvas dos mortos no conflito, com fotografias grudadas no peito, foram às ruas de Tskhinvali, enquanto o líder separatista, Eduard Kokoity, fazia um dicurso atacando a Geórgia e seus aliados ocidentais.
"Nós dizemos com orgulho hoje que nós merecemos viver em uma república da Ossétia do Sul livre e independente. O reconhecimento da nossa independência não é um capricho dos ossetianos; é uma garantia de segurança para o nosso pequeno povo."
Kokoity anunciou que vai pedir formalmente o reconhecimento da região à Rússia alegando que, depois do conflito, os ossetianos nunca aceitarão fazer parte da Geórgia.
"Eu já preparei um pronunciamento ao Presidente da Federação Russa (Dmitri Medvedev), ao Conselho da Federação e à Duma, e aos chefes de Estado da comunidade internacional, com um pedido para reconhecer a nossa independência", disse o líder separatista.
O ministro do Exterior da Rússia, Sergei Lavrov, disse que a resposta de Moscou ao apelo dos separatistas vai depender do comportamento do presidente georgiano, Mikhail Saakashvili.
Retirada russa
O conflito na Ossétia do Sul se agravou no dia 7 de agosto, quando a Geórgia tentou retomar militarmente o controle da região, que havia declarado independência em 1992 após uma guerra.
Os georgianos acabaram expulsos por forças russas, parte das quais foram além das fronteiras da Ossétia do Sul, e depois da Abecásia - outra região separatista pró-Moscou -, e entraram em outras cidades georgianas, como Gori e Poti.
Um acordo de paz mediado pela União Européia previa que a Rússia recuasse para posições anteriores ao conflito, mas até agora não está clara a extensão da retirada russa.
Moscou alega que a retirada precisava ser gradual e diz que ela será concluída até esta sexta-feira.
Agências de notícias russas dizem que cerca de 40 veículos militares atravessaram a Ossétia do Sul nesta quinta-feira a caminho da fronteira russa.
'Zona de segurança'
A Rússia anunciou nesta quinta-feira que vai colocar tropas em uma zona de segurança em torno da Ossétia do Sul, que se estenderia por sete quilômetros para dentro da Geórgia, contrariando os pedidos dos Estados Unidos e da Otan para recuar para posições que ocupavam antes do conflito.
"Amanhã, oito postos de controle serão montados, em uma área de segurança na qual 500 soldados de paz serão colocados, nada mais do que isso."
Moscou alega que a zona foi definida em um acordo previamente assinado com a Geórgia sobre patrulhamento conjunto para a manutenção da paz na região.
Além disso, a Rússia disse que vai fortalecer as suas forças na Ossétia do Sul e na Abecásia, alegando, na sua interpretação do acordo de paz, que a sua presença é permitida.
Tropas de paz lideradas pela Rússia atuam na região desde uma guerra entre georgianos e ossetianos, no início dos anos 90.
A Rússia disse que está revendo a sua cooperação com a Otan, que tem insistido para que saia da Geórgia, nos mesmos termos de um acordo de paz mediado pela França.
A Otan anunciou na terça-feira que não pode manter relações normais com a Rússia até que o país cumpra integralmente os termos do cessar-fogo mediado pela França.
Fonte: BBC Brasil
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