O setor público brasileiro, incluindo União, Estados, municípios e estatais, conseguiu juntar R$ 98,225 bilhões entre janeiro e julho deste ano para pagar juros da dívida, informou nesta quarta-feira o Banco Central (veja gráfico ao final do texto).
O número se refere ao chamado superávit primário (diferença entre arrecadação e despesas do setor público, sem contar os gastos com juros).
O valor é recorde, superando em 23,4% os R$ 79,578 bilhões economizados em intervalo equivalente de 2007. O montante poupado nos sete primeiros meses deste ano corresponde a 6,01% do Produto Interno Bruto (PIB) estimado para o período. Esse percentual está bem acima da meta estipulada pelo governo (3,8% para pagamento de juros e mais 0,5% para abastecer o fundo soberano).
Mesmo assim, o esforço foi insuficiente para pagar toda a conta de juros referentes ao período de janeiro a julho, que alcançou R$ 106,803 bilhões. A diferença (o chamado déficit nominal) foi de R$ 8,5 bilhões.
Em julho, o superávit primário somou R$ 12,109 bilhões, superando em 53% os R$ 7,904 bilhões verificados no mesmo mês do ano passado, mas também foi inferior à conta de juros (R$ 18,777 bilhões). Nos 12 meses encerrados em julho, o superávit primário somou R$ 120,254 bilhões, contra juros de R$ 173,394 bilhões.
Com o superávit primário insuficiente para cobrir os juros, a dívida líquida total do setor público aumentou de R$ 1,180 trilhão no final de junho para R$ 1,192 trilhão no final de julho. A relação entre a dívida e o PIB, no entanto, teve uma queda (de 40,6% para 40,4%), devido ao crescimento econômico do país.
Os dados do superávit primário divulgados na terça-feira (26) referiam-se não a todo o setor público, mas apenas ao governo central (Tesouro, Banco Central e Previdência Social).
Fonte: UOL
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