Na Argentina, a presidente Cristina Kirchner sofreu no Senado uma estrondosa derrota política que põe em xeque a maneira como ela e seu marido governaram o país nos últimos cinco anos.
A vitória foi comemorada nas regiões onde o movimento ruralista esteve mais forte. A estratégia do governo de mandar o projeto para o congresso e aprová-lo com a maioria deu certo na câmara dos deputados, mas no Senado não funcionou.
Era madrugada quando o placar apontou 36 votos contra e 36 a favor. O voto decisivo coube ao presidente do Senado, que pela lei Argentina é o vice-presidente da república. Pálido, nervoso, Julio Cobos votou contra o projeto e pediu que a história o julgue. Na manhã desta quinta-feira (17), ele disse que não pensa em renunciar.
Mesmo com a derrota no congresso, o aumento de impostos para exportações de trigo e soja segue em vigor. Mas ganha força a decisão dos agricultores de contestá-lo na Justiça.
Só com a soja, Cristina Kirchner pretende arrecadar 30% a mais neste ano, chegando a US$ 11 bilhões em impostos.
Foi a maior derrota política do casal Kirchner nos últimos cinco anos na avaliação de analistas e jornalistas políticas. Para os especialistas, mais do que um simples projeto de lei, o que foi derrotado no Senado foi um estilo ultrapassado de fazer política.
Para o analista Pascual Albanese, a derrota da madrugada desta quinta abalou a estratégia de concentração de poder político de Nestor e Cristina. Segundo ele, a crise política aberta com o episódio pode se aprofundar se o governo não entender a mensagem enviada pela sociedade, em especial o setor agropecuário.
Na noite desta quinta, na província do Chaco, ao norte do país, a presidente Cristina Kirchner falou pela primeira vez depois da derrota. Sem citar o nome do vice-presidente e nem a derrota, a presidente disse que é vítima de deslealdades, mas que vai continuar defendendo os mais pobres.
Fonte: G1
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