sábado, 19 de julho de 2008

Uribe desiste de referendo para repetir sua eleição

O presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, desistiu ontem de enviar ao Congresso projeto de um referendo para repetir a eleição de 2006, quando foi reeleito. A proposta lançada na TV em desafio à Corte Suprema de Justiça em 26 de junho -antes do exitoso resgate de 15 reféns das Farc- foi criticada por analistas e pela oposição.
Fortalecido e depois de voltar às boas com o Judiciário, Uribe anunciou o recuo por meio do ministro de Interior e Justiça, Fabio Valencia.
O presidente colombiano resolveu lançar a consulta depois que a Corte Suprema condenou, no começo de junho, uma ex-deputada por ter vendido voto para aprovar a emenda da reeleição. A Corte encaminhou a decisão ao Tribunal Constitucional, que teria de avaliar se o crime comprometia a mudança aprovada. Ou seja, a aprovação da reeleição.
Dizendo-se com a legitimidade questionada, Uribe foi à TV propor o referendo e acusar os juízes de serem brandos com as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia).
Mas ontem, o tribunal, que já havia informado que não haveria problemas para Uribe, confirmou que o delito não contaminava a reeleição, abrindo espaço para a desistência formal.
Agora, dizem analistas, o presidente, com mais de 80% de aprovação, deve voltar ao trabalho de costura para mudar a legislação de novo e obter o terceiro mandato.

Bush, Santos e TLC
O bom momento do governo Uribe também ganhará holofotes na aliada Casa Branca. O presidente George W. Bush deve discursar na terça em homenagem ao dia nacional da Colômbia, comemorado amanhã.
A deferência visa pressionar o Congresso americano, de maioria democrata, a aprovar o Tratado de Livre Comércio (TLC) com a Colômbia. No mesmo esforço, estará nos EUA na semana que vem o ministro da Defesa, Juan Manuel Santos. Terá encontros com congressistas para apresentar a exitosa Operação Xeque, que libertou os reféns sem derramamento de sangue. Mas, com a campanha eleitoral americana, a avaliação é que nem isso destravará a votação.

Fonte: Folha de São Paulo

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