quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Zelaya ameaça recorrer a "métodos alternativos" e diz que paciência tem limite

O presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, disse hoje em Washington que sua paciência com o governo de facto, que o substitui no poder desde o golpe de 28 de junho, está próxima do limite.

"O povo hondurenho tem uma paciência infinita, e nós também, mas há um limite para tudo", afirmou ele, que viajou aos Estados Unidos para um encontro com os embaixadores da Organização dos Estados Americanos (OEA).

"Temos mecanismos alternativos, que serão usados quando o processo diplomático com o qual estamos comprometidos se esgotar", ameaçou.

Zelaya também se referiu à eleição presidencial de Honduras, marcada para 29 de novembro e cujo resultado não será reconhecido pela OEA se ele não for reconduzido ao cargo. O período de campanhas para o pleito teve início ontem.

"Prosseguir com o processo eleitoral representa uma fraude para a comunidade internacional", declarou.

Mais cedo, ao se reunir com os embaixadores da Venezuela nos Estados Unidos, Bernardo Álvarez, e na OEA, Roy Chaderton, o mandatário deposto se queixou das medidas adotadas até agora pela comunidade internacional, que segundo ele "não conta com mecanismos coercitivos para enfrentar golpes de Estado".

"Há lições que devem ser tiradas da situação vivida atualmente" por Honduras, sustentou. "A democracia não está consolidada no continente, e a comunidade internacional não conta com mecanismos coercitivos para enfrentar golpes de Estado", prosseguiu.
Para Zelaya, seu país vive uma "ditadura político-empresarial-militar", na qual todos os poderes respondem ao presidente de facto, Roberto Micheletti.

Hillary
Também hoje, o governo norte-americano informou que Zelaya será recebido na quinta-feira pela secretária de Estado, Hillary Clinton. O objetivo da audiência, indicou Washington, é analisar novas medidas para buscar "a melhor forma" de superar a crise hondurenha.

O Departamento de Estado norte-americano avalia reconhecer oficialmente o golpe de Estado ocorrido no dia 28 de junho, o que implicaria na suspensão de todas as ajudas destinadas pelos Estados Unidos ao país centro-americano.

Fonte: UOL

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