sábado, 5 de setembro de 2009

Honduras reage a decisão do Itamaraty e passa a cobrar visto de brasileiros

O governo interino de Honduras suspendeu nesta sexta-feira os acordos de supressão de vistos que mantém com o Brasil, em reciprocidade a uma medida similar adotada nesta quinta-feira pelo ministério brasileiro das Relações Exteriores porque o país não reconhece o regime de fato instalado após a deposição de Manuel Zelaya, informou a chancelaria.

O Ministério de Relações Exteriores hondurenho disse em comunicado que, "em aplicação do princípio da estrita reciprocidade, decidiu suspender os acordos sobre isenção de vistos em passaportes correntes, diplomáticos, oficiais ou de serviço com a República Federativa do Brasil".

Portanto, "todo portador de passaporte brasileiro requereria, a partir de hoje, um visto para ingressar em Honduras", assinalou.

A Chancelaria hondurenha esclareceu que "esta disposição não afeta os cidadãos brasileiros que residem legalmente no país".

O Ministério das Relações Exteriores do Brasil informou na quinta-feira, em Brasília, mediante uma nota oficial, que os acordos sobre vistos com Honduras ficarão em suspenso a partir do sábado, o que se aplicará a todos os cidadãos hondurenhos, incluídos os diplomatas, mas não afetará os que já estejam no país.

Desde que Zelaya foi deposto, o Brasil mantém em suspenso todos os programas de cooperação que desenvolvia com Honduras, país de onde também retirou seu embaixador.

Segundo a nota brasileira, o governo comunicou a decisão de suspensão no acordo nesta terça-feira (1º) à chanceler deposta de Honduras, Patricia Rodas. Conforme o MRE, Rodas "agradeceu por ter considerado mais uma mostra de apoio do governo brasileiro à busca da restauração da ordem democrática em Honduras".

Zelaya foi deposto nas primeiras horas do dia 28 de junho, quando pretendia realizar uma consulta popular sobre mudanças constitucionais considerada ilegal pela Justiça. Com apoio da Suprema Corte e do Congresso, militares detiveram Zelaya e o expulsaram do país, sob alegação de que o presidente pretendia infringir a Constituição ao tentar passar por cima da cláusula pétrea que impede reeleições no país.

Fonte: Folha On line

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