segunda-feira, 8 de junho de 2009

Resultado do PIB 'certamente será negativo', afirma Mantega

Ministro participa do Fórum Globo News sobre a crise, em São Paulo.
Ele evitou fazer uma previsão para o dado do IBGE, que sai amanhã.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou nesta segunda-feira (8), em São Paulo, durante o Fórum Globo News – Ações contra a Crise, que o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) para o primeiro trimestre, que será divulgado na terça-feira (9), "certamente será negativo".

Ele evitou fazer uma previsão para o resultado, embora tenha citado que economistas afirmam que a retração entre janeiro e março deste ano possa ficar em até 2,5% (no último trimestre do ano passado, já refletindo os resultados da crise financeira mundial, a queda da economia brasileira foi de 3,6%).

“Existem palpites para todos os resultados”, disse, frisando que deixaria economistas que não trabalham para o governo fazerem previsões “e errarem nas previsões”. Ele afirmou, porém, que o resultado do IBGE reflete o passado da economia. “Estaremos olhando para trás, para o retrovisor”, ressaltou.

O ministro insistiu que a economia terá crescimento positivo neste ano. O governo, segundo ele, trabalha com uma expansão de 1% no fechamento de 2009. Ele admitiu, porém, que trata-se mais "de uma meta do que uma projeção". Ele afirmou que a alta do PIB neste ano "é um desafio", mas ressaltou que não se trata de "sonho".

De acordo com Mantega, o Brasil passou no teste da crise. "A crise foi um teste de estresse dos países. (...) Certamente o Brasil tem uma classificação muito boa", disse. "A crise provou que o Brasil hoje tem outras condições, condições muito mais favoráveis." Ele disse que, por conta disso, o país sairá mais rapidamente do período de dificuldades.

Mercado financeiro

Durante o evento, o ministro da Fazenda disse que o mercado financeiro antecipa atualmente uma melhora econômica que ainda não ocorreu na prática. “(A crise) já está um pouco mais leve, passou da fase aguda”, ressaltou.

Entretanto, ele lembrou que isso não significa que os problemas tenham acabado. Segundo o ministro, as ações dos governos, tanto nos países desenvolvidos quanto nas nações em desenvolvimento, possibilitaram que a crise tenha uma “virulência menor”, evitando que a recessão se transformasse em depressão.

O ministro lembrou que os efeitos da crise ainda serão sentidos na economia por dois a três anos. Mantega afirmou que os sistemas financeiros americano e europeu ainda são muito frágeis e possuem ativos tóxicos não absorvidos. Ele lembrou, entretanto, que o teste de estresse nos EUA pelo menos deu ao governo uma ideia do “tamanho da encrenca”.

Fonte: G1

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