segunda-feira, 8 de junho de 2009

Eleição marca fortalecimento da direita na Europa

Os partidos de centro-direita obtiveram bons resultados nas eleições para o Parlamento Europeu, fortalecendo sua posição como o maior bloco da casa, em contraste com o mau desempenho da esquerda.

Partidos de extrema-direita e com políticas anti-imigração também obtiveram ganhos. O comparecimento às urnas foi de apenas 43%, o mais baixo desde que as primeiras eleições diretas para o Parlamento, há 30 anos.

A centro-direita teve vitórias claras na França, Alemanha, Itália e Polônia. Já os partidos de centro-esquerda no governo da Grã-Bretanha, Espanha e Portugal tiveram resultados ruim.

Os partidos Trabalhista, da Grã-Bretanha, Socialista, da França e Social Democrata, da Alemanha, se preparavam para derrotas históricas.

O partido do Povo Europeu, de centro-direita, deve se manter como principal força do Parlamento, com sede em Bruxelas e Estrasburgo.

José Manuel Durão Barroso, que deve permanecer na Presidência da Comissão Europeia com a vitória do bloco de centro-direita, agradeceu os eleitores e garantiu que suas vozes serão ouvidas.

"Ao todo, os resultados são uma vitória inegável desses partidos e candidatos que apoiam o projeto europeu e querem ver a União Europeia preparando políticas que respondam às suas preocupações diárias", disse Durão Barroso.

Já o líder do bloco socialista, Martin Schulz, lamentou "a noite triste para a social democracia na Europa". "Nós estamos particularmente decepcionados, (é uma) noite amarga para a gente".

A vice-presidente da Comissão Européia, Margot Wallstrom, classificou o baixo comparecimento às urnas como "um resultado ruim".

Partidos menores

A exemplo do que ocorreu com o BNP na Grã-Bretanha - que obteve duas cadeiras no Parlamento pela primeira vez na história - outros partidos extremistas de direita tiveram um bom desempenho em vários países, como a Holanda, Áustria, Dinamarca, Eslováquia e Hungria.

Na Holanda, o partido euro-cético e anti-imigração do controverso político Geert Wilders ficou em segundo lugar.

Na Áustria, o partido de extrema-direita Freedom Party recebeu o dobro da porcentagem de votos em comparação com as eleições de 2009.

Outros partidos pequenos, como o Partido Verde, também obtiveram resultados melhores em comparação a 2009. O Partido Pirata, da Suécia, que defende a legalização de sites para a troca de arquivos na internet, obteve 7% dos votos no país, e uma das 18 cadeiras da Suécia no Parlamento.

Na França, o partido UMP do presidente Nicolas Sarkozy derrotou a oposição socialista. O partido Europe-Ecologie também teve bons resultados.

Na Alemanha, a coalizão de centro-direita governada pela chanceler Angela Merkel perdeu votos, mas ficou à frente de seus opositores. O partido Social-Democrata, parceiro de Merkel na coalizão, teve seu pior resultado em eleições desde a Segunda Guerra Mundial.

Na Itália, a coalizão de centro-direita do primeiro-ministro Silvio Berlusconi ficou à frente da oposição socialista, com cerca de 35% dos votos.

O Partido Socialista dos Trabalhadores, que governa a Espanha, ficou ligeiramente atrás do opositor Partido Popular, segundo resultados parciais.

Na Grã-Bretanha, o Partido Trabalhista, do governo, sofreu uma séria derrota, obtendo os piores resultados em um século.

A Plataforma Cívica, de centro-direita, que governa a Polônia, obteve ganhos, às custas do Partido anti-UE Lei e Justiça.

Os primeiros resultados ainda mostram que o Partido Socialista de Portugal teve 18 pontos percentuais a menos do que nas últimas eleições, perdendo espaço, principalmente, para o Partido Verde e para os partidos de extrema esquerda.

Os eleitores escolheram representantes, em sua maior parte, entre seus próprios partidos nacionais, muitos dos quais integram grupos europeus com partidos de outros países com políticas semelhantes.

A expectativa é de que o Partido do Povo Europeu (EPP, na sigla em inglês), mantenha o controle do Parlamento, tendo conquistado 265 das 736 cadeiras.

O bloco de centro-esquerda PES deve ficar com 159 cadeiras, enquanto o bloco liberal ALDE deve obter 81 cadeiras.

O Parlamento Europeu é o único órgão da União Europeia eleito diretamente. Seu trabalho é debater, apresentar emendas, rejeitar ou aprovar as leis propostas pelo órgão executivo da EU, a Comissão Europeia.

Sua aprovação, no entanto, não é necessária para todas as leis europeias. Seu mandato é de cinco anos.

Esta foi a maior eleição trans-nacional já realizada. Ao todo, 375 milhões de eleitores estavam habilitados a votar em 27 países.

Fonte: BBC Brasil

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