domingo, 22 de junho de 2008

Começa reunião de Jidá entre produtores e consumidores de petróleo

Os principais produtores e consumidores de petróleo começaram hoje na cidade saudita de Jidá uma reunião de emergência para analisar as causas da escalada dos preços do produto e para tentar estabelecer mecanismos para estabilizar os mercados.

A reunião foi aberta pelo rei saudita, Abdullah bin Abdul Aziz, cujo país é o maior produtor do planeta e que pediu às duas partes "uma cooperação positiva".

O monarca também afirmou que seu país está disposto a responder à crescente demanda no mercado de petróleo, embora tenha rejeitado a acusação de que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) seria a responsável pela escalada do preço do produto.

Segundo ele, "há outros fatores responsáveis pela rápida e injustificada alta", entre os quais citou as especulações, o aumento do consumo e "os crescentes impostos nos Estados consumidores" sobre a energia.

"A Arábia Saudita sempre foi partidária de um preço justo que não prejudique os produtores nem os consumidores. Aumentamos nossa produção de 9 milhões barris diários para 9,7 milhões barris diários e estamos dispostos a responder à qualquer demanda no futuro", declarou.

Além disso, o rei saudita defendeu uma "cooperação positiva" entre produtores e consumidores para estabilizar o mercado, e instou os participantes da conferência de Jidá a analisarem com transparência as "verdadeiras causas" do aumento do preço e as formas de controlá-lo.

"Apesar de a Opep não intervir há décadas na fixação do preço e responder à crescente demanda, vemos que alguns acusam apenas a organização" por ser a responsável pela constante escalada do preço.

"A nossa missão é revelar as verdadeiras causas e separar os rumores e as acusações, assim como estabelecer os mecanismos para eliminar estas causas de forma transparente para que o mundo saiba quem é o verdadeiro responsável" pela escalada de preços, declarou.

Por outro lado, anunciou o lançamento da "iniciativa pelos pobres", para ajudar os países subdesenvolvidos a enfrentarem o aumento de preços, e instou o Banco Mundial (BM) a convocar uma reunião de países doadores e de instituições financeiras regionais e internacionais para discutir esta questão.

O monarca também pediu ao Fundo da Opep para o desenvolvimento internacional que debata sobre um programa similar, e propôs que o orçamento do mesmo seja de US$ 1 bilhão.

Por outro lado, o rei saudita anunciou que seu país dedicará US$ 500 milhões em empréstimos para que os países pobres possam enfrentar o crescente aumento do preço do petróleo.

A sessão de abertura do evento também contou com o discurso do primeiro-ministro do Reino Unido, Gordon Brown, que destacou a necessidade de acontecer um aumento na produção a médio prazo para conseguir a estabilidade do mercado.

"Certamente existe uma falta de estoques", declarou Brown, e ressaltou que "o problema está na crescente demanda".

"Podemos solucionar o problema através da redução da demanda, embora de forma relativa. Pedimos mais oferta e mais provisões a médio prazo", declarou Brown.

Ele afirmou que o encontro de Jidá é uma "oportunidade para enfrentar os desafios", e que "os esforços de todo o mundo devem se unir para encontrar uma solução a favor do desenvolvimento".

O chefe de Governo britânico instou a diversificar as fontes da energia e a encontrar alternativas para reduzir o custo do transporte do petróleo, e ressaltou a importância de usar a tecnologia avançada na prospecção e a produção para reduzir o preço.

Após o pregão inaugural, os representantes de 35 países, de 25 companhias e de sete organizações internacionais começaram uma reunião a portas fechadas, que fontes sauditas esperam que dure entre duas e três horas.

Fonte: UOL/EFE

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