O Partido da Justiça e do Desenvolvimento (AKP, islâmico moderado), do qual faz parte o primeiro-ministro Recep Tayyip Erdogan, foi o grande vencedor das eleições locais realizadas hoje na Turquia, embora sua vantagem sobre o segundo colocado tenha caído mais de seis pontos em relação ao último pleito legislativo.
Apurados 80% dos votos, o AKP lidera com o apoio de 39,9% dos eleitores, enquanto o opositor Partido Republicano do Povo (CHP, centro-esquerda) aparece em segundo, com 22,9%, seguido do Partido da Ação Nacionalista (MHP, extrema-direita), no momento com 15%.
Apesar da vitória no pleito, a festa do partido governista não será completa, haja vista que, nas eleições legislativas de julho de 2007, a legenda teve 46,6% dos votos.
O próprio Erdogan afirmou que o AKP não pode ficar satisfeito com a vitória tendo perdido o apoio de tantos eleitores, o que, aparentemente, aconteceu por influência da crise econômica.
Mas, mesmo assim, elogiou o desempenho da legenda na disputa eleitoral. "O AKP obteve o mesmo apoio ou mais que o segundo e o terceiro partido juntos. Isto significa que o povo nos deu um voto de confiança", declarou.
Ainda de acordo com os dados oficiais, o CHP, o maior parido da oposição, aumentou seus votos nas três maiores cidades do país: Istambul, Ancara e Esmirna.
Nesta última, um reduto do laicismo e onde teve seu melhor desempenho neste pleito, a legenda ficou na frente com cerca de 50% dos votos.
A julgar pelo ritmo da apuração, o AKP provavelmente manterá seu domínio em Ancara. Mas, em Istambul, o partido de Erdogan trava uma disputa acirrada com o CHP.
Já nos territórios do sudeste, onde se concentra a população curda, o AKP não só perdeu espaço como deixou escapar alguns municípios.
Na província de Diyarbakir, um dos principais da região, o pró-curdo Partido da Sociedade Democrática (DTP) teve 75% dos votos totais, enquanto o AKP teve aproximadamente 25%.
Apesar de a votação ter sido tranqüila na maior parte do país, no sudeste foram registrados confrontos entre eleitores e familiares de vários candidatos a chefe de aldeia, posto menor que o de prefeito.
Esses episódios de violência deixaram seis mortos e mais de 100 feridos, em sua maioria atingidos por tiros.
Fonte: EFE/G1
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