terça-feira, 7 de abril de 2009

Manifestantes invadem Parlamento da Moldávia

Manifestantes na capital da Moldávia, Chisinau, invadiram o Parlamento em protesto contra a vitória do partido do governo, o Comunista, nas eleições gerais do último domingo.

Testemunhas afirmam que uma multidão invadiu o prédio quebrando as janelas do andar térreo. Logo em seguida móveis foram jogados para fora do prédio e incendiados.

Segundo o correspondente da BBC em Kiev Gabriel Gatehouse, os manifestantes também invadiram o gabinete presidencial alegando que as eleições gerais de domingo foram fraudulentas.

A tropa de choque reagiu disparando gás lacrimogêneo e canhões de água. O canal de televisão estatal da Moldávia informou que, segundo a polícia, uma mulher morreu intoxicada devido ao monóxido de carbono da fumaça dos incêndios.

O presidente, Vladimir Voronin, pediu o fim do que ele chamou de "desestabilização".

"Questionar os resultados da eleição não mais do que um pretexto", teria dito Voronin durante uma reunião do gabinete de governo segundo a agência de notícias Interfax.

O responsável pela área de política externa da União Europeia, Javier Solana, pediu que os dois lados não se envolvam em violência.

"Peço que todos os lados evitem a violência e a provocação. Violência contra prédios do governo é inaceitável", afirmou Solana em uma declaração.

"Igualmente importante é o respeito ao direito inalienável de reunião de manifestantes pacíficos", acrescentou.

Ex-república soviética

A Rússia também manifestou sua preocupação com a antiga república soviética. O vice-ministro do Exterior russo, Grigory Karasin, afirmou que está preocupado com os protestos que, segundo ele, foram provocados.

Mais de 30 pessoas, incluindo manifestantes e policiais, ficaram feridos nos confrontos em Chisinau, segundo informações dos serviços de saúde.

Segundo informações canais locais de televisão estão fora do ar e a rádio nacional está transmitindo música folclórica.

Nenhuma informação sobre os protestos teria sido incluída nos boletins da rádio nacional.

Representantes da oposição estão entre os manifestantes. O prefeito da capital, Dorin Chirtoaca, que é o vice diretor do Partido Liberal, de oposição, afirmou que os protestos eram justificados, "pois as pessoas não votaram para os comunistas em números tão grandes".

Os comunistas conseguiram 50%dos votos na eleição que foi declarada "justa" por observadores.

O Partido Liberal conseguiu quase 13% dos votos e o Partido Liberal Democrata ficou com 12%.

O presidente Voronin deve renunciar ao cargo depois de dois mandados. Pela Constituição do país ele não pode concorrer a um terceiro termo no cargo, apesar de ter indicado que quer permanecer envolvido com os negócios de Estado.

O Parlamento deve escolher o sucessor do presidente e os comunistas têm a maior representação de partido no Parlamento, mas não tem os votos necessários para escolher o presidente sozinhos.

Se nenhum presidente for escolhido até 8 de junho, outra eleição parlamentar deve ocorrer no país.

Fonte: BBC Brasil

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