Enquanto Chile e Paraguai sinalizaram que o acordo é um assunto interno da Colômbia, a presidente da Argentina, Cristina Kirchner, disse, através de assessores, que os planos não contribuem “para a redução dos conflitos na América do Sul”.
“É preciso baixar o nível de conflitos na região. E as bases militares americanas não contribuem para isso”, afirmou a presidente, citada pela agência oficial de notícias da Argentina, Telam.
Cristina afirmou ainda que o acordo entre Colômbia e Estados Unidos é "um elemento de perturbação" para a região.
Chile
Em Santiago, na primeira parada deste segundo dia de giro pela região, o ministro das Relações Exteriores chileno, Mariano Fernández, disse que o Chile “respeita” as decisões da Colômbia.
“Respeitamos a decisão da Colômbia e seu entendimento com Estados Unidos”, afirmou Fernández.
A declaração do ministro foi feita após o encontro entre Uribe e a presidente do Chile, Michelle Bachelet, no Palácio presidencial La Moneda.
Na entrada do palácio, um grupo de manifestantes gritou contra Uribe e, segundo a mídia chilena, a polícia prendeu quinze deles quando tentavam erguer faixas com frases contra o acordo da Colômbia com Estados Unidos.
Em Buenos Aires, segunda escala do giro da quarta-feira, um grupo de manifestantes também protestou contra Uribe em frente a Casa Rosada – a sede da Presidência argentina.
Paraguai
De Buenos Aires, o presidente da Colômbia partiu para Assunção, no Paraguai, onde jantou com o presidente Fernando Lugo.
Lugo já tinha antecipado, antes mesmo do encontro, que não pretendia interferir na iniciativa colombiana.
“A Colômbia é um país soberano”, disse.
Os dois presidentes não fizeram declarações após a reunião, na noite desta quarta-feira.
Quando anunciou o giro pelos países da América do Sul, na segunda-feira, Uribe disse, através de um comunicado, que seria um giro “mudo”, sem declarações sobre as conversas realizadas com seus colegas da região.
No entanto, na Bolívia, no Chile e na Argentina, ele limitou-se a agradecer o espaço para “o diálogo” e disse que foram discussões “amplas e positivas”.
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Encontros
O giro de Uribe começou na terça-feira, quando recebeu apoio do presidente peruano Alan García, mas críticas ao seu plano por parte do presidente boliviano, Evo Morales.
Nesta quinta-feira, o presidente colombiano reúne-se com o presidente do Uruguai, Tabaré Vázquez, antes de embarcar para o Brasil, para uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que já tinha antecipado que o acordo “não agrada” o governo brasileiro.
Uribe visitou Peru, Bolívia, Chile, Argentina, Paraguai antes de se reunir com os líderes do Uruguai e do Brasil. Sua agenda não incluiu Venezuela, que congelou as relações com a Colômbia na semana passada, e Equador, que está com as relações interrompidas com o governo colombiano.
Na quarta-feira, o site da revista colombiana Semana publicou declarações do chefe das Forças Armadas do país, general Freddy Padilla.
Padilla disse à revista que soldados americanos utilizarão sete bases colombianas.
“Nosso objetivo é aprofundar as relações de sucesso com os Estados Unidos através do acesso de militares americanos às bases militares colombianas. Não são bases americanas, são colombianas, mas abrimos a possibilidade de que eles tenham acesso às nossas instalações”, disse Padilla à Semana.
Segundo ele, a presença dos militares seria para o “combate ao narcotráfico e ao terrorismo”, conforme já haviam afirmado assessores colombianos.
Fonte: BBC Brasil
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