O presidente Luiz Inácio Lula da Silva classificou o acordo de "histórico" e, ao lado do seu colega paraguaio, Fernando Lugo, anunciou "uma nova era" nas relações entre os dois países, embora todos os pontos do documento ainda dependam de aprovações dos respectivos Congressos.
Atualmente, o Brasil paga cerca de US$ 120 milhões ao Paraguai por uma parcela da eletricidade a que o país tem direito, mas não utiliza. Segundo o acordo firmado neste sábado, o Brasil passará a pagar cerca de US$ 360 milhões por essa energia.
O direito de vender livremente sua energia no mercado brasileiro – uma das principais demandas do governo paraguaio – também foi aceito pelo Palácio do Planalto, mas os termos serão ainda estabelecidos por um grupo de trabalho, que deve entregar as propostas em até 60 dias.
A venda da energia excedente para outros países, outra revindicação do Paraguai, também foi contemplada no comunicado. Mas essa medida, ainda que venha a ser aprovada pelo Legislativo, passará a valer a partir de 2023.
Nova era
Nos últimos dias, o governo brasileiro tentou em vão encontrar uma fórmula para evitar que o acordo fosse enviado ao Congresso, mesmo assim, o presidente Lula disse considerar este sábado "um dia histórico" para os dois povos.
"A integração da América Latina passa sobretudo pela qualidade das relações bilaterais entre os países do Mercosul", disse Lula.
Já o presidente Lugo disse que o Paraguai "recuperará plenamente sua soberania sobre Itaipu".
"Foram meses de negociações intensas e muito complicadas, mas conseguidos avanços importantes nas principais demandas", disse Lugo.
Consumo maior
No último encontro, no mês de maio, o presidente Lugo havia recusado a proposta brasileira.
De acordo com o comunicado divulgado neste sábado, o governo brasileiro aceita discutir as demandas do Paraguai, mas não deixou claro se os dois país estão perto de um consenso sobre alguns detalhes do acordo.
Há o entendimento no governo brasileiro de que a saída é estimular o consumo de energia dentro do Paraguai. Assim, o país vizinho não teria necessidade de vender sua energia excedente. Atualmente, o país consome apenas 5% do que tem direito. Os outros 45% são obrigatoriamente vendidos à Eletrobrás.
O maior consumo de energia no Paraguai, no entanto, depende de investimentos. Nesta sexta-feira, as empresas brasilerias Camargo Correa e Votorantim Cimentos anunciaram uma nova fábrica no país, no valor de US$ 100 milhões.
Fonte: BBC Brasil
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